Economia de
Recursos Naturais
Prof. Rogério César
Capítulo 2 (Parte
1)
Mercados, Demanda,
Oferta, e Bem-Estar Social
1.
Mercados
Competitivos
1.1. Conceito: os mercados ocorrem onde os produtores e consumidores encontram-se
para trocar bens e serviços.
1.2. Condições necessárias para um mercado competitivo:
i.
Grande quantidade
de produtores e consumidores de bens;
Exemplo: mercado dos produtos agrícolas
ii. Direito de propriedade bem definidos;
Exemplo: ao comprar um carro, você é dono dele por direito; o ar puro
não pode ser comprado. Existe um mercado para venda de automóveis, mas não
existe um mercado para venda de ar puro.
iii. Existência de competição;
Exemplo: o consumidor, ao decidir comprar uma marca de carrro, por exemplo Fiat, você não
comprará outra marca de carro, Chevrolet por exemplo.
Estes bens são concorrentes no mercado de automóveis. Portanto, existe uma
rivalidade entre os fabricantes de automóveis, os quais tentam atrair os
consumidores para adquirir seus produtos.
iv. Os mercados são excludentes;
Isto significa que os consumidores e produtores podem ser excluídos do
mercado dependendo da demanda, oferta e outros fatores.
Exemplo: Aos preços vigentes, alguns consumidores podem ser excluídos do
mercado de automóveis por falta de poder aquisitivo. Alguns produtores também
estão excluídos do mercado por que não podem produzir carros a preços
competitivos, ou seja, a níveis que possa obter lucro (RT – CT > 0).
v. Não há coerção;
Ambos, consumidores e produtores, podem ser capazes de fazer escolhas
livremente sem serem coagidos a adquirirem certos produtos.
Exemplo: os monopólios, uma única empresa ofertando um bem, tais como a CAGECE
na serviço de abastecimento de água, poderia forçar os
consumidores a pagarem preços elevados por ser a única empresa a prestar este
tipo de serviço no mercado.
vi. Informação é barata e fácil de ser obtida.
Exemplo: Os consumidores deveriam saber os preços dos produtos em todos
os supermercados antes de fazer suas compras, de tal forma a não comprar
produtos com preços acima do preço de mercado.
2.1.
Classificação do
mercado:
·
Um mercado pode ser classificado de várias formas e em
diferentes escalas, variando de um lugar onde as pessoas possam comprar suas
mercadorias, onde possam juntos trocar bens por dinheiro ou outros bens, ou um
grupo de consumidores e produtores que compram e vendem um dado conjunto de
mercadorias num certo período de tempo.
·
Exemplos:
o
Local: um mercado de produtores de frutas no Mercado
São Sebastião;
o
Nacional: vendas de automóveis;
o
Global: muitos bens são transacionados globalmente, e
os preços são afetados pelas vendas nos mercados em todo o mundo. Exemplo:
soja, suco de laranja, café.
3.
Equilíbrio de
Mercado:
·
s mercados dão às
pessoas a oportunidade de ambos, venderem os bens que eles
produziram ou comprar os bens que eles desejam. No mercado, as pessoas têm a
oportunidade de ganharem e gastarem dinheiro.
·
O equilíbrio de
mercado ocorre quando a oferta de produtos iguala a demanda. Os economistas
usam a curva de oferta e demanda mostrada na figura 2 para descrever este
equilíbrio.
Figura 1: O
equilíbrio da demanda e oferta.
Obs: P* e o preço de mercado; Q* é a quantidade comprada neste mercado.
·
A curva de demanda tem declividade negativa enquanto a
curva de oferta tem declividade positiva;
·
Em economia, os preços são baseados no conceito de
margem. Um valor marginal descreve o valor do próximo bem ou produto comprado
ou vendido.
·
Exemplo: Se você comprar um quilo de feijão por R$ 5,00, você terá que pagar outros R$ 5,00 por mais um quilo
de feijão. O custo marginal de comprar outro quilo de feijão é R$ 5,00.
4.
Curvas de demanda
4.1.
Conceito: a curva de demanda é a
relação entre preços e quantidades. Ela tem declividade negativa por que a preços elevados, você compraria somente um pequena
quantidade de X, mas a preços baixos, você compraria mais de X.
4.2.
Curva de demanda:
·
A curva de demanda á algumas vezes considerada como a
curva de disposição-a-pagar, ou a curva de benefício marginal.
Figura 2: Uma
Curva de Demanda.
·
Na Figura 2, se o preço é P1, você compra apenas 1 bem X, mas se o preço for P*, você compra Q* do bem X, ou
8 neste caso.
·
A curva de demanda representa sua disposição-a-pagar para um dado número de bens. Para apenas um bem, a disposição-a-pagar é P1. Para os bens Q*, a
disposição-a-pagar pela 8a unidade do bem é P*. A disposição-a-pagar
para a primeira unidade do bem é elevada, mas a disposição-a-pagar para a 8a
unidade do bem e baixa.
·
A curva de demanda representa o benefício marginal para você de cada compra adicional do bem.
Comprar algo significa dar valor ao bem, e a curva de benefício marginal
reflete os seus valores. Esses valores são os benefícios para você por comprar
aqueles bens. Nós consideramos a curva de demanda uma relação de benefícios
obtidos por comprar bens ou serviços. Na figura 2, o benefício marginal do
primeiro bem comprado é P1. O benefício
marginal do último bem comprado (a 8a unidade do bem) é P*.
5.
xemplo Matemático da Curva de Demanda
5.1. A curva de demanda
na figura 2 pode ser escrita matematicamente como:
P = a - bX (Preço é uma
função da quantidade "X")
§
O preço do bem é igual ao “a” menos “b” vezes a
quantidade comprada. O preço é a disposição-a-pagar ou o benefício marginal do
bem Xº comprado.
§
Suponha a=40 e b=3, então:
P = 40 – 3X
§
Esta curva de demanda leva à seguinte relação de
preços e quantidades:
X |
Preço |
0 |
40 |
1 |
37 |
2 |
34 |
3 |
31 |
4 |
28 |
5 |
25 |
6 |
22 |
7 |
19 |
8 |
16 |
9 |
13 |
10 |
10 |
§
Se X=0, então o P = 40 – 3(0) = 40.
Se X=1, então o P = 40 – 3(1) = 37,
e assim por diante.
5.2. A curva de demanda na economia ambiental:
·
As curvas de demanda são usadas em toda a economia
ambiental. Um dos papeis da economia ambiental é identificar e calcular a curva
de demanda para qualidade ambiental, por exemplo, ar ou água pura. Se nós
podemos medi-los, então nós podemos determinar os benefícios de melhorar a
qualidade de água e ar.
·
As curvas de demanda podem também ser definida para
bens públicos como florestas ou praias. Compreender a demanda para os recursos
naturais provém informação que os administradores e proprietários dos recursos
podem achar úteis no desenvolvimento de seus planos de gestão.
·
Por exemplo, conhecer se uma praia vale R$ 1.000 ou R$
1.000.000 pode dar importante informação para as agências públicas que têm que
decidir onde gastar seus recursos financeiros limitados.
6.
Excedente do Consumidor:
6.1. Conceito:
·
Reporte-se à figura 2. Quando você deseja comprar algo
no mercado, você não compra a primeira unidade por P1,
a segunda unidade por P2, e assim por
diante. No mercado, se o preço de mercado for P*, você paga ao vendedor P* e
compra Q* do bem. No mercado, os consumidores pagam um preço menor do que suas
disposições a pagar.
·
Por que o mercado estabelece o preço em P*, os
consumidores obtém um benefício por pagar um preço menor do que sua
disposição-a-pagar. O excedente do consumidor é o valor deste benefício.
·
A Figura 3 mostra o excedente do consumidor como a
área abaixo da curva de demanda e acima da linha de preço.
Figura 3:
Excedente do Consumidor
·
Exemplo:
Suponha que você queira comprar um carro. Você sabe que para um certo
modelo e ano que está a procura, você estaria disposto-a-pagar
R$ 25.000. Ao negociar com o vendedor, você garante um preço de R$ 22.500. A
diferença de R$ 2.500 entre o máximo que você desejaria pagar (R$ 25.000), e o
que você de fato pagou (R$ 22.500) é o excedente do consumidor.
6.2. Determinação gráfica do Excedente do Consumidor:
·
Com base na curva de demanda, o excedente do
consumidor pode ser calculado, assumindo valor em reais. Na figura 3, o
excedente do consumidor é o triângulo abaixo da curva de demanda e acima da
linha de preço.
·
O excedente do consumidor é a área do triângulo. A
área de um triângulo é dada por (BASE x ALTURA / 2). Neste caso:
BASE = Q* = 8. (O comprimento da linha
marcada por "A")
ALTURA = (P0 - P*). (o comprimento
da linha entre P0 e P*, marcada por
"B").
·
Passos para o cálculo do Excedente do Consumidor:
1.
Determine P*: Q* acima foi dado como 8. Com Q* = 8, o preço de mercado, P*, é 16. Isto pode ser
determinado na tabela acima, ou calculado por P = 40 – 3(8) = 40 – 24 =16.
2.
Determine P0: Este é o preço quando nada é comprado, que pode ser
encontrado na tabela acima, ou pelo calculo P = 40 - 3(0) = 40
- 0 = 40.
3.
(P0 - P*) = 40 -
16 = 24. (O comprimento de “B” é 24)
4.
Com a BASE = 8 e ALTURA = 24 o excedente do consumidor
é Excedente do Consumidor = (8 x 24)/2 = 96.
·
O valor do excedente do consumidor é
portanto R$ 96. Este é o benefício que um consumidor obtém por comprar 8 unidades dos bens acima ao preço de mercado de R$ 16 por unidade. Eles gastam R$128 (8 x 16) comprando esses
bens, mas ganharam R$ 96 em benefícios por não pagaram sua verdadeira
disposição a pagar pelas primeiras 7 unidades do bem.